O mercado de compra e venda de casas em Portugal atingiu novos máximos em 2024, tanto em volume de transações como no valor total movimentado. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a venda de habitações somou um total de 33,8 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde o início da série estatística, em 2009.
Ao todo, foram vendidas 156.325 casas no país ao longo do ano, um aumento de 14,5% face a 2023. Desta cifra, 31.880 unidades corresponderam a habitações novas e 124.445 a imóveis usados. O crescimento do número de transações foi impulsionado por fatores como a descida das taxas de juro, os apoios públicos à aquisição da primeira habitação por jovens (como a isenção de IMT) e a manutenção de forte procura no setor residencial.
Venda de casas novas supera construção de fogos habitacionais
Apesar do aumento na construção, a oferta de novas habitações continua insuficiente face à procura. Em 2024, foram concluídas apenas 25.311 casas novas para habitação familiar, o que representa um crescimento anual de 9,6%. No entanto, o número de casas novas vendidas no mesmo período foi significativamente superior — mais 6.569 unidades, uma diferença relativa de quase 26%.
Este desfasamento revela uma absorção quase total da nova oferta pelo mercado, reforçando os sinais de desequilíbrio entre a construção habitacional e a procura efetiva. Em termos globais, o número total de fogos concluídos (incluindo outras tipologias) atingiu 28.494 unidades, mais 6,8% face a 2023.
Preços das casas continuam a subir
O desequilíbrio entre oferta e procura continua a pressionar os preços. Em 2024, o preço mediano de venda dos alojamentos familiares em Portugal foi de 1.777 euros/m², representando uma subida de 10,3% face ao ano anterior. Esta valorização foi mais acentuada nas casas usadas do que nas novas, acompanhando a maior proporção de transações nesse segmento.
Recorde também nos empréstimos e avaliações bancárias
O dinamismo no mercado de vendas reflete-se igualmente no setor do crédito habitação. Em 2024, foram realizadas cerca de 140.000 avaliações bancárias para efeitos de concessão de crédito, o maior número desde 2009. Este volume representa 89,7% do total de transações habitacionais, confirmando a forte dependência do financiamento bancário na compra de casa.
O valor total movimentado pelas transações imobiliárias também impressiona:
– 24,4 mil milhões de euros em casas usadas (+21,1%)
– 9,4 mil milhões de euros em casas novas (+20,0%)
Arrendamento cresce de forma mais tímida
O número de novos contratos de arrendamento também cresceu, embora de forma mais modesta. Em 2024, foram registados 98.657 novos contratos de arrendamento, mais 4,3% do que no ano anterior. A renda mediana aumentou 10,5%, fixando-se em 7,97 euros/m², refletindo igualmente a escassez de oferta neste segmento do mercado.
Perspetivas para o mercado habitacional
Quanto à oferta futura, o número de fogos licenciados aumentou ligeiramente:
– 41.851 fogos licenciados em 2024, mais 5,4% face a 2023
– Destes, 34.637 dizem respeito a construções novas para habitação familiar (+4,7%)
No entanto, face ao forte ritmo de transações e à manutenção de incentivos para aquisição de habitação — nomeadamente para jovens —, os especialistas apontam para a continuação da pressão sobre a oferta no curto e médio prazo.
Com a procura por habitação a superar largamente a oferta, o mercado imobiliário português está a viver um período especialmente favorável para quem pretende vender. Em 2024, o número de casas vendidas voltou a crescer — sobretudo as usadas — e os preços registaram uma valorização média de 10,3%. Além disso, venderam-se mais casas novas do que aquelas que ficaram concluídas, o que revela uma escassez de produto no mercado e uma forte apetência por imóveis prontos a habitar.
Se tem um imóvel para venda, este cenário de procura elevada, valorização dos preços e condições atrativas de financiamento para os compradores cria a oportunidade certa para concretizar um bom negócio.
Fontes:
– Instituto Nacional de Estatística (INE)
– Idealista/news, “Venda de casas em Portugal absorve por completo construção nova”, publicado a 18 de julho de 2025


